Sunday, July 5, 2009

Sentir


O quanto as coisas mais pequenas nos podem pareçer ameaçadoras . . .
O quanto constrangem
revelam
O quanto os venenos leves nos condenam
O quanto na verdade nos matam
E gozam
O quanto dependemos deles

Pesadelos

Todas as noites e todos os dias
procuram.me
alvejam.me
caçam.me a tiro
é santo o último ar que respiro
mas não me protege do inferno sou

Eu deito e não durmo
eu rodo e rodo
envolto no perfume
de quem ama e morre
eu espanco a cabeça
imploro parar
a santa remessa
que um dia me viu mudar

Veneno que tomo
por mais que me brigo
ter.me feito um homem
ter outro que me castiga
sinto.me numa selva a ser caçado assim
que o jogo começe
não há vida em mim